PG terá que investir R$ 27 milhões para vacinar 70% da população
Estimativa do vice-reitor da UEPG e ex-diretor do HU-UEPG, Everson Krum, mostra que cidade teria que investir mais de 2,7% do orçamento anual para vacinar 70% dos habitantes
Da redação / com assessorias: O Congresso Nacional aprovou na noite desta terça-feira (2) um projeto de lei (PL) que autoriza Estados, Municípios e a iniciativa privada a comprarem vacinas contra a covid-19 – desde que estes assumam os riscos por possíveis efeitos adversos da vacinação. Diante disso, o vice-reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e ex-diretor do HU-UEPG, Everson Krum, estima que Ponta Grossa tenha que investir cerca de R$ 27 milhões para imunizar 70% dos mais de 355 mil habitantes e alcançar a chamada “imunidade de rebanho”.
A previsão de Everson leva em conta o preço médio das vacinas, estimado pelos Consórcios Municipais e Fundações de Saúde, e também uma compra em “grande escala”. Os R$ 27 milhões necessários para vacinar 237,5 mil pessoas (70% da população ponta-grossense menos as 11 mil doses já aplicadas, chegando à chamada imunidade de rebanho) são equivalentes a mais de 2,7% do orçamento total da Prefeitura de Ponta Grossa para 2021, por exemplo.
O cálculo de Everson leva em conta a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã e com cada dose estimada em U$ 10 – essa vacina já tem sido aplicada na cidade. Neste caso, a compra de duas doses (custo de R$ 114,10 para cada pessoa vacinada) para os demais 237,5 mil habitantes com o câmbio atual levaria a um investimento superior a R$ 27 milhões apenas para vacinar a população ponta-grossense e chegar à imunidade de rebanho.
O vice-reitor e ex-diretor do HU-UEPG destaca que a vacinação liderada pelos municípios é uma forma de enfrentar a “demora” do Governo Federal. “Essa estimativa mostra que a união de forças políticas e até mesmo empresariais pode propor uma vacinação em massa na nossa cidade, apesar disso representar um custo elevado ao município”, afirmou Everson. O custo da vacinação com a Coronavac representa 12% do orçamento da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Ponta Grossa, estimado em R$ 221 milhões.
No entanto, Everson ressalta que a liberação da compra da vacina por parte dos municípios pode levar a uma corrida e um desequilíbrio no mercado (oferta e demanda) e também entre os níveis de vacinação. “Cidades maiores, como Ponta Grossa, Curitiba e Maringá e outros municípios de médio porte, poderão levar vantagem econômica diante de outros municípios menores da nossa região, do nosso estado e também do nosso país”, assinala.
Vacinação com a Astrazeneca
Há no mercado ainda a oferta da vacina produzida pela AstraZeneca, estimada em U$3,16 a dose – no entanto, esse imunizante tem que ser mantido em temperaturas mais baixas. Neste caso, optando pela compra da vacina da AstraZeneca, o investimento seria menor. Optando por essa vacina, Ponta Grossa investiria R$ 36,05 para imunizar cada habitante, somando um investimento de R$ 8,5 milhões.
Demais opções no mercado
Everson Krum destaca ainda que existem outras opções de imunizantes no mercado, com preços, condições e características diversas. A vacina da Moderna, por exemplo, tem a dose estimada em U$ 18 (ou R$ 102), enquanto o imunizante da Pfizer tem o preço estimado na União Europeia em € 12 (ou R$ 82,49) ou ainda a vacina da Moderna, estimada em U$ 15 (ou R$ 82,49) a dose. Para a iniciativa privada, cada dose deverá custar U$ 50 (independente do laboratório), ou seja, mais de R$ 285.