Saiba quem é o empresário do Paraná suspeito de aplicar golpe de R$ 22 milhões a agricultores

Celso Fruet, dono de cerealista no oeste do estado, desapareceu após esvaziar silos e fechar empresa. Mais de 100 produtores rurais ficaram no prejuízo.
O empresário Celso Fruet, investigado por suspeita de aplicar um golpe milionário contra agricultores da região de Campo Bonito, no oeste do Paraná, é considerado foragido pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR).
Segundo a delegada Raiza Bedim, de Guaraniaçu, 109 produtores registraram ocorrências, e o prejuízo relatado é de cerca de R$ 22 milhões.
Dono de uma cerealista na cidade, Fruet tem contra ele um mandado de prisão preventiva em aberto pelo crime de estelionato.
Conhecido na região como empreendedor bem-sucedido, Fruet ostenta carros de luxo, cavalos de raça, fazendas e frota própria de carretas nas redes sociais.
Ele atua há 30 anos no mesmo endereço e conquista clientes com atendimento flexível, permitindo entregas à noite, em fins de semana e feriados, segundo a polícia.
Conforme a investigação, Fruet fugiu no fim de julho, após esvaziar os silos da empresa. No dia 21 do mesmo mês, agricultores que foram negociar soja e milho estocados no local encontraram o prédio sem grãos, computadores ou o proprietário.
Funcionários informaram que ele havia vendido a cerealista e deixado a cidade.
A família de Marilete Pagani tinha 320 sacas de soja armazenadas na cerealista, segundo ela, cerca de 38 mil reais. Ela conta, que era o dinheiro para pagar o tratamento de saúde do pai, que tem Alzheimer e Parkinson e está acamado.
“Ficamos em desespero. A gente contava com aquilo ali, a gente confiava, então dá um desespero de saber que você perdeu tudo o que tinha. O suor de cada dia, o trabalha sábado, domingo e feriado. De repente você não tem nada, dá uma revolta bem grande”, diz Marilete
A delegada Raiza afirmou que o empresário atraía clientes oferecendo valores acima do mercado.
“Se no balcão o preço da saca era R$ 100, ele pagava R$ 104 ou R$ 105”, explicou Raiza.
Segundo ela, antes deste crime, Fruet havia sido investigado por estelionato em Capanema e Virmond, na região de Guarapuava, com o mesmo modus operandi.
Polícia procura por empresário
A Polícia Civil informou que tentou intimar o empresário duas vezes para prestar depoimento, mas ele não compareceu.
A delegada chegou a oferecer a possibilidade de o interrogatório ser feito online, porém, segundo ela, o advogado alegou não conseguir contato com o cliente.
“A investigação não pode esperar a boa vontade do investigado”, disse Bedim.
Em nota ao g1, a defesa de Celso Fruet, representada pelo advogado Higor Fagundes, afirmou que solicitou acesso ao procedimento, que tramita sob sigilo, para verificar os fundamentos que motivaram a decretação da prisão.
“Quanto à oitiva, nosso cliente sempre se colocou à disposição. No entanto, a autoridade policial não demonstrou interesse em aguardar a definição de uma data adequada, possivelmente em razão da pressa na condução do caso. Agendar uma oitiva de um dia para o outro, ainda mais em outra cidade, é inviável diante dos compromissos profissionais já assumidos. Ademais, estamos preparando um plano de reestruturação da empresa, o qual assegurará certamente o pagamento dos credores”, disse o advogado.
A cooperativa Copacol, que comprou a estrutura da cerealista por cerca de R$ 40 milhões, informou que a aquisição se limitou ao imóvel e aos equipamentos, seguindo todos os requisitos legais.
Fonte: G1