Delegado Recalcatti e outras oito pessoas são denunciados pelo Gaeco por execução de suspeito
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), denunciou à Justiça nesta quarta-feira (27) o delegado Rubens Recalcatti e outras oito pessoas. Eles são acusados de participação no homicídio qualificado de um homem que teria envolvimento na morte de João da Brascal, ex-prefeito de Rio Branco do Sul e primo do delegado. A denúncia foi confirmada para a banda b pelo coordenador do Gaeco, promotor Leonir Batisti.
O delegado havia sido preso pelo Gaeco em outubro, na Operação Aquiles, quando comandava a Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP). Solto uma semana depois, ele segue afastado da Polícia Civil até o término das investigações. A defesa de Recalcatti nega o crime e critica o que chama de uma inversão de valores por parte do Gaeco. A morte de Brascal aconteceu no dia 12 de abril de 2015, já a do suspeito no dia 28 do mesmo mês.
Laudo do Instituto Médico-Legal (IML) chegou a apontar que Ricardo Geffer, suspeito de matar Brascal, foi morto por oito tiros, sendo que um deles na parte superior do crânio, de cima para baixo, fazendo com que a bala saísse por uma das têmporas. Essa constatação seria uma das indicações de execução, segundo o Ministério Público. A defesa afirma que Geffer foi morto em confronto.
Entre os denunciados, também estariam sete investigadores e Mauro Sidnei do Rosário, que é apontado por testemunhas como um dos autores dos oito disparos que mataram Geffer. De acordo com o Gaeco, ele atuava como informante da Polícia Civil.
A denúncia foi entregue à Vara de Rio Branco do Sul.
Delegado de carreira
O delegado ocupou vários cargos na Polícia Civil e chegou a ter o nome cotado para assumir a Secretaria de Segurança Pública do Paraná na saída de Fernando Francischini em abril do ano passado. Recalcatti também foi candidato a deputado estadual e obteve mais de 40 mil votos. Ele é suplente de deputado estadual pelo PSD.