O micropênis do Hitler: o DNA autêntico do líder nazista foi analisado e os resultados apontam sinais de uma condição rara
A produção Hitler’s DNA: Blueprint of a Dictator, do Channel 4, reúne a geneticista Turi King — famosa por identificar os restos mortais do rei Ricardo III — e o historiador Alex Kay, da Universidade de Potsdam. A equipe trabalhou com uma amostra de sangue coletada do sofá onde Hitler tirou a própria vida em 1945. O tecido foi preservado por um oficial dos EUA e permaneceu por décadas em um museu militar da Pensilvânia.
Após autenticação, o material foi comparado ao DNA de um parente vivo da linhagem paterna do ditador. A correspondência genética foi perfeita, permitindo análises inéditas sobre a saúde e o comportamento de Hitler.
O estudo aponta que Hitler carregava uma mutação no gene PROK2, associada à Síndrome de Kallman, uma condição rara que atrasa a puberdade, reduz a produção de testosterona, causa ausência de olfato e pode provocar anomalias genitais, incluindo micropênis e testículos não descidos.
Um dos sintomas foi comprovado em um exame médico de 1923, que registrou “testículo direito não descido”. A condição reforça antigas especulações sobre impotência, desconforto com intimidade e ausência de filhos com Eva Braun. Alguns historiadores interpretam até seu pedido para ser cremado como tentativa de impedir descobertas sobre o próprio corpo.
Distúrbios psiquiátricos e comportamento extremo
A equipe também analisou predisposições genéticas ligadas à saúde mental. Segundo o documentário, o DNA de Hitler mostra alta propensão a transtorno bipolar, autismo, esquizofrenia e comportamento antissocial.
A investigação não busca justificar sua violência — e os próprios pesquisadores reforçam isso — mas tenta entender como possíveis limitações emocionais e físicas podem ter influenciado sua dedicação obsessiva ao poder.
Alex Kay explica:
“Outros líderes nazistas tinham vida familiar. Hitler não. Ele dedicou tudo ao Estado e ao próprio mito. Talvez isso tenha relação com suas limitações.”
Ascendência judaica? Exame refuta teoria
O documentário também aborda uma velha especulação: Hitler teria origem judaica porque seu pai seria filho ilegítimo. O exame genético não encontrou qualquer traço dessa ancestralidade, contrariando alegações políticas recentes — como a declaração do ministro russo Sergei Lavrov, em 2022, de que “Hitler tinha sangue judeu”.
O Channel 4 trata o projeto como uma investigação científica e histórica excepcional. Os responsáveis reconhecem que nenhum exame explica sozinho a crueldade do ditador, mas afirmam que o acesso ao seu DNA abre uma janela nova — e perturbadora — sobre uma das figuras mais destrutivas do século 20. A produção estreia neste sábado (15/11) no Reino Unido, em parceria com o History Channel, e promete mexer com debates que há décadas dividem especialistas e o público.
[Fonte: Correio Braziliense]