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Denarc prende 16 pessoas de quadrilha que vendia droga por ‘delivery’ no Paraná

22 de dezembro de 2016 - 21:04

Uma quadrilha suspeita de comercializar diversos entorpecentes foi desarticulada na manhã desta quinta-feira (22) durante a, deflagrada pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc). Dezesseis pessoas foram detidas. Uma pessoa não foi encontrada e é considerada foragida da Justiça.

Durante a ação policial, foram apreendidos na casa dos investigados cerca de 85 quilos de maconha, 200 gramas de cocaína, 350 comprimidos de ecstasy, dois revólveres calibre 38, dois coletes balísticos, além de pouco mais de R$ 3 mil, US$ 95 e celulares. Cinco veículos usados pelos suspeitos foram apreendidos. A droga apreendida poderia render quase R$ 100 mil à quadrilha. A investigação, que durou cinco meses, revelou que um dos alvos presos na ação policial buscava a droga no Mato Grosso do Sul para revender no Paraná e em Santa Catarina.

“É a segunda operação deflagrada pela Denarc só nessa semana focada em quadrilhas que atuam na região central da capital na distribuição de drogas, totalizando 30 presos”, ressalta o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.

A organização criminosa, que atuava em diversos bairros de Curitiba, como no Centro e Santa Cândida, na região metropolitana, no Litoral do Paraná e também em Santa Catarina, chama a atenção pela ousadia. Os investigados criaram um delivery de drogas. Eles chegaram a usar uma pizzaria para fazer a entrega da droga. Os usuários ligavam e pediam o entorpecente, que em seguida era entregue por táxis e motoboys. A suspeita é que esta quadrilha vendia até 100 buchas de cocaína por dia.

A clientela era vasta. As equipes da Denarc flagraram integrantes da quadrilha vendendo à luz do dia, por exemplo, para garotas de programa, funcionários públicos, assessores parlamentares, e até mesmo para uma médica que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de três hospitais – sendo dois em Curitiba.

O líder da quadrilha, Paulo Adriano Reis, vulgo “Tio Paulo”, está entre os detidos na operação da Denarc. Ele já havia sido preso pela delegacia especializada, em 2014, pelo mesmo crime: tráfico de drogas. O secretário da Segurança Pública destacou o problema da reincidência criminal. “Precisamos rever a legislação penal. O modus operandi dos traficantes hoje, nas grandes capitais, é a distribuição da droga em pequenas quantidades”, afirmou Mesquita.

QUADRILHA – A investigação mostrou que “Tio Paulo” era o chefe da quadrilha que utilizava dois bares em Curitiba como ponto de encontro para distribuir a droga. “Vamos proceder o interrogatório do Paulo para que ele explique quem era o dono do estabelecimento e como era o funcionamento do local, já que pelas nossas investigações era um restaurante de fachada, não receba clientes, apenas usuários de entorpecentes. Paulo tinha diversos contatos, uma vasta rede de clientes que adquiria a cocaína”, afirmou a delegada da Denarc Camila Ceconello.

“Tio Paulo”, desta vez, foi preso na noite de quarta-feira (21) em flagrante num estacionamento no bairro Batel quando vendia drogas para a médica. Ela foi conduzida para a Denarc, assinou termo circunstanciado por uso de substância entorpecente e foi liberada.

Outra presa é Ana Carolina de Souza. De acordo com as investigações, ela auxiliava “Tio Paulo” na venda de drogas. Ana Carolina é suplente de vereador na cidade de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, e agente administrativa da prefeitura de Curitiba. Durante a campanha eleitoral de 2016, ela usou o carro de “Tio Paulo” que era usado para comercializar drogas. Ana Carolina está afastada das funções por questões médicas. No entanto, Ana Carolina foi flagrada em atividade: vendendo drogas com “Tio Paulo”. Em uma das entregas registradas pela equipe da Denarc, ela estava acompanhada de uma criança.

Duas casas de prostituição que funcionam em Curitiba – uma no Centro e outra no bairro Mercês – foram alvos de busca e apreensão. Estas casas eram abastecidas pelos entorpecentes vendidos por “Tio Paulo”. No local, os policiais, com apoio do Canil da Denarc, encontraram maconha num dos quartos e na cozinha. A responsável pela casa de prostituição foi levada para a delegacia, assinou termo circunstanciado e foi liberada. As pessoas responsáveis pela entrega da droga “a domicílio” também foram detidas.

Durante o trabalho de investigação, os policiais monitoraram ainda o casal Kauana de Lima Alves Salturi e Maicon Matias Clemente, que acabou preso na operação. Os dois foram presos pelo Denarc em maio deste ano por envolvimento com droga. Ela foi solta por ordem judicial no dia seguinte. Como Clemente permaneceu detido, ele começou a dar ordens para a mulher, de dentro da penitenciária, para cobrar valores em dinheiro oriundos da venda de drogas e a adquirir entorpecentes.

Cerca de 70 policiais foram incumbidos de cumprir, em Curitiba e Região Metropolitana, 17 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão. Deram apoio à ação agentes da Denarc, Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), Canil da Denarc, Guarda Municipal de Curitiba e de São José dos Pinhais.

Redação Agora1
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