Assessoria Câmara Municipal de Curitiba
11 de Outubro de 2022 às 04:56

“Batalha contra o racismo”
Primeiro a falar em plenário nesta segunda-feira, Renato Freitas abriu seu discurso afirmando que viveu uma “batalha contra o racismo, contra a hipocrisia e contra a maldade”. “Quero agradecer aos vereadores que tentaram me cassar, afundados em sua própria cobiça, cegueira e ódio. [Eles] tornaram possível e pública uma questão importante, [sobre] qual o papel da igreja na luta contra o racismo, das Casas Legislativas contra o racismo, da sociedade curitibana contra o racismo”, declarou o vereador.
“Aquele que não ama o seu próximo é sete vezes maldito, enquanto aquele que faz do seu próximo um inimigo é 70 vezes maldito. Os homens de ódio só conseguem amar a si próprios, os homens de orgulho não suportam os seus iguais, os homens de cobiça querem ouro e títulos, os homens de rapina espreitam os fracos para despojá-los, não para lhes assegurar a saúde”, disse Renato Freitas. A íntegra da fala do parlamentar, na qual ele detalhou mais desses tipos, buscando interlocutores no plenário, está disponível no canal da CMC no YouTube (veja aqui).
“Ataca a nossa fé”
No pequeno expediente, Osias Moraes (Republicanos), Mauro Ignácio (União) e Ezequias Barros (PMB) se opuseram à afirmação que a cassação de Freitas foi motivada por racismo. “O que tem que ficar claro é que ele não foi cassado por ser negro, ele foi cassado por que é um experimento da esquerda para quebrar os limites da sociedade. Não somos cegos nem burros. Quem vê os vídeos vê que o vereador Renato Freitas invade a igreja, que o padre para a missa cinco vezes”, contestou Moraes. “Você ataca o cristão, ataca a nossa fé, é contra quem prega o evangelho, e se é essa guerra que você quer aqui dentro, nós não ficaremos mais calados contra as suas falácias”, afirmou o vereador do Republicanos.
Reforçando a fala de Osias Moraes, para quem Freitas voltou à CMC graças a uma “manobra [jurídica]”, Mauro Ignácio fez críticas à decisão do STF que suspendeu a cassação do parlamentar. “Será que vamos ter que queimar o Regimento Interno?”, protestou, reclamando que o caso foi avaliado pelo Supremo Tribunal Federal de forma relâmpago. “Será que o recurso da CMC vai ser julgado com a mesma velocidade?”, questionou Ignácio. “Quero discordar da forma como [Freitas] voltou, acusando todo mundo. Em vez de apaziguar, [opta] por tacar fogo no circo. Cada um prestará contas de si à sociedade e a Deus. A gente tem que mudar de pauta, essa cidade não merece essa discussão”, completou Barros.
“Não teve privilégio”
Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar durante o Processo Ético Disciplinar 1/2022, Dalton Borba (PDT) comentou as falas dos outros vereadores, apontando o que julgou serem erros nas falas. “Das representações oferecidas contra o mandato [de Freitas], restou apenas uma única imputação, que foi a de movimento político dentro da igreja. Não se deve imputar [a ele] nenhum outro tipo de conduta. Crime ele não cometeu. Não se deve imputar a ele responsabilidade de ter invadido, pois [a conduta] não foi aceita pelo Conselho de Ética”, argumentou Borba.
Dizendo que não se pode encarar o caso “de maneira tendenciosa”, Dalton Borba afirmou que, no seu entendimento, “não houve qualquer tipo de privilégio na condução desse processo junto ao STF”. Havia a necessidade de um julgamento emergencial, segundo Borba, por haver um processo eleitoral em curso. "Se o STF se calasse, o direito pereceria. Devemos ter uma certa objetividade no trato com as instituições, pois estamos em um período eleitoral onde a democracia vem sendo fortemente atacada. Tenho respeito pela decisão da CMC, mas quero lembrar que alertei para o fato que o prazo estava sendo mal interpretado”, concluiu.
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