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Policia civil mira médicos suspeitos de reaproveitar materiais descartáveis

11 de dezembro de 2019 - 14:58

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está nas ruas desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (11) para cumprir 20 mandados judiciais em endereços relacionados a médicos urologistas do Paraná e Goiás. Os alvos da ação são suspeitos de utilizar materiais cirúrgicos irregulares. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.

Entre as ordens judiciais, oito referem-se a prisões temporárias e 12 a mandados de busca e apreensão. Além dos médicos, uma instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais também são alvos da operação. As investigações constataram que ambas tinham conhecimento da ilicitude dos procedimentos.

Mandados estão sendo cumpridos no Interior do Paraná, nas cidades de Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão. No estado de Goiás, as buscas ocorrem em Goiânia e Rio Verde.

A ação é um desdobramento da Operação “Autoclave”, deflagrada no mês de setembro deste ano, no Interior do Paraná. Na ocasião, a PCPR desmantelou um grupo criminoso envolvido com a adulteração, através de esterilização ilícita, de materiais descartáveis já utilizados por médicos em cirurgias urológicas. A operação resultou na apreensão de um vasto material reprocessado.

Em continuidade às investigações, a PCPR constatou que esses equipamentos cirúrgicos eram vendidos a médicos urologistas do Paraná e Goiás, com claro conhecimento de sua procedência irregular. Os materiais reaproveitados eram utilizados em cirurgias de pacientes particulares, resultando num lucro muito maior aos cirurgiões.

Conforme apurado, materiais que possuem um custo de R$ 1,2 mil eram adquiridos pelos profissionais da saúde por R$ 250 a R$ 300 e reutilizados muitas vezes. Ressalta-se que todos os equipamentos eram completamente descartáveis e nenhum órgão responsável pela área autoriza esterilização e reuso dos mesmos.

Os alvos da ação devem ser indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

Redação Agora1
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