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Gás de buzina vira moda no interior de São Paulo

3 de abril de 2016 - 23:42

Por Daniele Belmiro

Vendido em qualquer loja da esquina por R$ 10, o gás de buzina virou “febre” entre os jovens de classe média do interior de São Paulo.

Criada para fazer barulho em eventos esportivos, a buzina em questão é um tubo de aerossol com uma corneta e contém butano e propano, gases tóxicos derivados do petróleo. Quando inalada, a substância reduz a circulação de oxigênio no cérebro, provocando tontura, euforia e alucinações.

“Tem gente usando o gás em festas, baile de formatura e em reuniões em condomínios fechados”, afirma o delegado Renato Puppo, de São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo). Ele diz que passou a encontrar o produto “com frequência” desde o final do ano passado.

Puppo é o responsável pelas investigações da morte da universitária Maria Luiza Perassolo, de 18 anos, na semana passada. Ela teve uma parada cardiorrespiratória após inalar o gás com amigos em um condomínio fechado.

Meses antes, um estudante de medicina também morreu após usar o gás em Fernandópolis, cidade vizinha.

Para especialistas, a buzina virou uma opção acessível para jovens que buscam sensações semelhantes às provocadas por drogas ilícitas.

Mas os riscos de overdose são maiores, explica o psiquiatra e professor da Unifesp (Universidade Federal de SP) Ronaldo Laranjeira, porque é difícil controlar a quantidade por via respiratória.

Além disso, a cocaína e o ecstasy, por exemplo, produzem efeitos mais duradouros. No caso da buzina, as sensações duram segundos, então a chance de o usuário inalar o gás repetidamente é maior.

Agora 1/ Folha de São Paulo

Redação Agora1
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