Corpo de Bombeiros despede-se do primeiro cão do Paraná especializado em busca e resgate de vítimas
Após servir a comunidade paranaense por 10 anos, o pastor alemão Lost, do Grupo de Operações de Socorro Tático (GOST) do Corpo de Bombeiros do Paraná, faleceu e recebeu as honras e carinho de todos os integrantes do grupo em que atuou. Ele foi o primeiro cão do Paraná capacitado para missões de busca e resgate de vítimas em estruturas colapsadas e atuou em diversos estados brasileiros salvando vidas. Ele foi cremado na manhã desta quinta-feira (10/11), no município de Pinhais (PR).
“O Lost fez parte da formação de milhares de bombeiros militares, participou de cursos de formação tanto de praças como de oficiais, auxiliando nos últimos anos na formação destes novos profissionais, inserindo o cão como auxiliador do serviço de bombeiro militar”, disse o oficial de Relações Públicas do GOST, tenente Luiz Henrique Vojciechovski.
O cão nasceu em 13 de novembro de 2006 e no ano seguinte já estava recebendo treinamento no Corpo de Bombeiros. Quem acolheu o animal desde os primeiros dias de vida até a aposentadoria do serviço ativo foi o cabo Ângelo Marcos Rocha de Souza. Juntos formaram uma dupla que criou doutrinas e procedimentos sobre a atuação do cão em atividades de socorro. As habilidades de ambos renderam fama por outros estados brasileiros e permitiram que servissem na Força Nacional por alguns anos.
“Em 2007 o Lost fez o Curso de Busca, Resgate e Salvamento com Cães em Brasília e a partir daí, através do bom desempenho do cabo Ângelo e do cão, eles atuaram em diversas situações pelo Brasil. Uma das mais importantes foi no Piauí em 2009, quando houve o rompimento da Barragem de Algodões, no município do Cocal. Foi a dupla paranaense que conseguiu encontrar vítimas em meio a escombros e ganhou destaque por essa atuação”, disse o tenente Vojciechovski.
Após brilhar por anos na corporação, Lost recebeu honrarias e, inclusive, foi eternizado ao se tornar o mascote de um programa social do GOST no atendimento de crianças em tratamento de câncer. Nos últimos anos ele estava aposentado e vivia na casa do cabo Ângelo. “No seu silêncio estava sempre pronto para cumprir sua missão, sem nunca reclamar ou exigir nada em troca. Ele foi uma presença que tantas vezes ajudou a salvar vidas ou a recuperar entes queridos de pessoas que não conhecia”, citou o tenente na cerimônia de cremação.
Para o tenente Vojciechovski, a aplicação de cães no serviço de resgate e salvamento de pessoas é essencial na atividade de bombeiro militar. “Os caninos, principalmente no setor de buscas e resgate em estruturas colapsadas, auxiliam a localizar vítimas com vida muito antes de qualquer tecnologia. A sensibilidade que eles têm nas patas, a utilização do olfato e a audição aguçada os tornam a melhor ferramenta, não tem tecnologia capaz de ter essas qualidades para substituir o cão em missões busca e resgate”, afirmou.
Fonte: Por Marcia Santos Jornalista PMPR