O estudante de biomedicina Fernando dos Santos, de 25 anos, ingressou na Justiça para reconhecer a união estável com o padre Samuel Carvalho, de 32 anos, e solicitar uma pensão mensal de um salário mínimo. O relacionamento entre Fernando e o líder religioso durou um ano e agora se torna uma questão judicial.

O caso ganhou notoriedade na internet no mês passado. Fernando protocolou o pedido de pensão no último sábado (8) na Vara Cível da Comarca de Marechal Deodoro, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL).

Segundo Fernando, ele se mudou de Alagoas para Lavras, em Minas Gerais, para viver com o padre, que era responsável por uma paróquia na cidade. O casal se conheceu através do aplicativo de relacionamento Grindr durante uma viagem do padre a Maceió, capital de Alagoas.

Na ação de reconhecimento de união estável, Fernando dos Santos alega que o relacionamento terminou devido a “propostas de fetiches desejadas apenas por Samuel”, que continuaria “planejando aventuras sexuais” contra a vontade do estudante.

Em entrevista, Fernando revelou que esses “fetiches” incluíam orgias, das quais ele participou na maioria das vezes, mas afirmou que o fez “depois de chantagem emocional”. Fernando também afirmou que o padre Samuel Carvalho prometeu fornecer uma renda mensal para ele após o término do relacionamento, mas não cumpriu o acordo.

Mensagens de WhatsApp anexadas à ação judicial mostram Fernando dos Santos pedindo ajuda financeira e ameaçando revelar as relações homoafetivas do padre Samuel Carvalho.

Nas mensagens, Samuel sugere estar sendo extorquido pelo ex-namorado. Em uma das mensagens, o padre menciona outra pessoa envolvida com líderes religiosos católicos: “Esse (nome omitido) é um galinha. Deu em cima de inúmeros padres. Pegou o contato de uns 30”.

Na ação judicial, Fernando alega que, após alguns meses de relacionamento, ele e o padre decidiram morar juntos. “Eu ia dormir todos os dias na casa paroquial, dependendo dos horários da empregada”, explicou. Ele também mencionou que, no final do relacionamento, chegaram a alugar um apartamento juntos.

Após o escândalo envolvendo o padre Samuel Carvalho, ele foi afastado de suas funções por decisão do Bispo Diocesano de São João del-Rei, Dom José Eudes Campos do Nascimento. O afastamento ocorreu em 13 de maio deste ano. Na época, Samuel havia deixado a paróquia de Lavras (MG) e estava em uma igreja no distrito de Macuco de Minas, em Itumirim (MG).

“O afastamento se deu pela divulgação de material, veiculado nas mídias digitais, com conteúdo de denúncia em desfavor do referido sacerdote. Esse procedimento, apesar de muito doloroso, é necessário para que se possa alcançar o profundo e coerente discernimento diante das implicações práticas devidas às normas do Direito Canônico”, afirmou a Diocese em comunicado.

As informações são do Metrópoles