PMs de São Paulo são investigados por vídeo com saudação a cruz em chamas

Perfil de batalhão do interior de SP excluiu publicação com ritual que lembra a Ku Klux Klan; secretaria diz que ‘repudia toda manifestação de intolerância’
A Polícia Militar (PM) investigará os policiais de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, que publicaram um vídeo no qual aparecem em frente a uma cruz em chamas e fazendo gestos nazistas utilizados por grupos supremacistas brancos, como a Ku Klux Klan, nos Estados Unidos.
Também é possível ver um policial fazendo uma espécie de juramento em um segundo vídeo do mesmo registro obtido pela Ponte Jornalismo. “Incorporando-me ao 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia, prometo honrar esse brasão como símbolo da dignidade, moralidade, legalidade e lealdade, pela defesa da sociedade paulista, pelas tradições do Baep e da Polícia Militar do Estado de São Paulo, se preciso, com o sacrifício da própria vida”, diz o policial militar com o braço em riste.
A gravação, feita com auxílio de um drone, mostra um grupo de cerca de quinze policiais à noite, parados em frente a uma cruz incendiada e um caminho ladeado por velas e sinalizadores acesos. Não é possível ver os rostos dos agentes que participam da cerimônia. Ao fundo, há viaturas e escudos com a sigla do 9º Baep em chamas, e o brasão do batalhão também aparece nas imagens.
Em dado momento, dois agentes aparecem fazendo uma saudação com seus braços direitos estendidos, em riste, em direção à cruz. A prática tem fortes semelhanças com os rituais realizados pela Ku Klux Klan, grupo supremacista branco surgido nos Estados Unidos no século passado, que promove ideologias de racismo e antissemitismo.
SSP-SP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), afirmou que o caso está em investigação. “A Polícia Militar é uma instituição legalista e repudia toda e qualquer manifestação de intolerância. Assim que tomou conhecimento das imagens, a Corporação instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias relativas ao caso. A Corporação não compactua com desvios de conduta e reforça que qualquer manifestação que contrarie seus valores e princípios será rigorosamente apurada e os envolvidos responsabilizados”, informou.