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Austrália proíbe acesso de crianças às redes sociais

27 de novembro de 2024 - 11:21
Imagem de Markus Trier por Pixabay

Projeto aprovado na Câmara segue agora para o Senado

A Câmara dos Representantes australiana aprovou nesta quarta-feira (27) projeto de lei que proíbe o acesso de crianças com menos de 16 anos às redes sociais, deixando ao Senado a finalização da primeira lei do gênero no mundo.

Os principais partidos apoiaram o projeto de lei que torna plataformas como TikTok, Facebook, Snapchat, Reddit, X e Instagram passíveis de enfrentarem multas de até US$ 50 milhões australianos (US$ 30,9 milhões) por falhas do sistema para impedir que crianças pequenas tenham contas.

A legislação foi aprovada por 102 votos a favor e 13 contra. Se o projeto se tornar lei nesta semana, as plataformas terão um ano para encontrar uma forma de implementar as restrições de idade antes de as sanções serem aplicadas.

O deputado da oposição Dan Tehan disse ao Parlamento que o governo concordou em aceitar alterações no Senado que reforcem a proteção da privacidade.

“Será perfeito? Não. Mas alguma lei é perfeita? Não, não é. Mas se ajudar, mesmo que seja da menor forma, fará enorme diferença na vida das pessoas”, disse Tehan.

A ministra das Comunicações, Michelle Rowland, disse que o Senado vai debater hoje o projeto de lei. O apoio dos principais partidos garante praticamente que a legislação seja aprovada no Senado, onde nenhum deles detém a maioria.

Os legisladores que não estavam alinhados nem com o governo nem com a oposição foram os que mais criticaram a lei durante o debate, terça-feira e hoje.

As críticas incluem a aprovação às pressas no Parlamento, sem análise adequada, os riscos de privacidade para os utilizadores de todas as idades e a perda de autoridade dos pais para decidirem o que é melhor para os filhos.

Os críticos têm outros argumentos, defendendo que a proibição vai isolar as crianças, privá-las dos aspectos positivos das redes sociais ou levá-las para a dark web (internet obscura).

A deputada independente Zoe Daniel afirmou que a legislação “não fará qualquer diferença em relação aos danos inerentes às redes sociais”.

“O verdadeiro objetivo dessa legislação não é tornar as redes sociais seguras, mas sim fazer com que os pais e os eleitores sintam que o governo está fazendo alguma coisa”, disse.

“Há uma razão para o governo apresentar essa legislação como líder mundial: é porque nenhum outro país quer fazê-lo”, acrescentou.

As plataformas tinham pedido que a votação fosse adiada até, pelo menos, junho do próximo ano, época em que uma avaliação, encomendada pelas autoridades, apresente o relatório final sobre a forma como a proibição poderia ser aplicada.

Redação Agora1
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