Leonardo entra para “lista suja” do trabalho escravo do Ministério do Trabalho
Fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego verificou em 2023 que seis funcionários vivem em condições análogas à escravidão.
O cantor Leonardo, cujo nome de batismo é Emival Eterno da Costa, foi listado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em uma “lista suja” de empregadores que mantém funcionários em condições análogas à escravidão.
Em documento divulgado nesta segunda-feira (7) pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, o nome de batismo de Leonardo aparece pela primeira vez na lista que contém 727 nomes ao todo.
Segundo O Globo, o cantor entrou para a “lista suja” após uma fiscalização de técnicos do MTE verificar, em novembro de 2023, que os funcionários da Fazenda Talismã, localizada em Jussara (GO) e de propriedade de Leonardo, viviam em “condições degradantes”, similares a “escravidão contemporânea”.
O relatório afirma que seis empregados passavam a noite em uma casa abandonada, sem acesso a água potável ou banheiro adequado. As camas eram improvisadas com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos. A fiscalização também descreve o local como estava infestado por insetos e morcegos e com um “odor forte e fétido”.
A Fazenda Talismã de Leonardo tem mil hectares e é utilizada para criação de gado e cavalos. A propriedade está avaliada em R$ 60 milhões e conta com quadras de vôlei, piscina, capela e um lago que circunda a casa principal da família.
Em uma publicação nas redes sociais, Leonardo respondeu à inclusão de seu nome na “lista suja” dizendo que em 2022 arrendou a parte da propriedade (quando o terreno é concedido de forma provisória para outra pessoa, mediante pagamento por concessão de uso), chamada de Fazenda Lakanka, em que foi verificado o caso pelo MTE, de modo que a responsabilização do fato foi direcionada, à época, aos arrendatários.
“Essas terras estavam arrendadas para um produtor de soja. Tudo foi julgado e o caso foi arquivado”, afirmou o cantor, acrescentando que teve de pagar uma multa mesmo não sendo responsável pela situação. Leonardo também disse que nunca conheceu as pessoas que viviam no casebre.
O artista deve entrar com uma ação na Justiça para esclarecer o motivo de seu nome ter sido incluído na “lista suja” de trabalho escravo.