UEPG emite nota após demitir professor acusado de assédio sexual a aluna
Defesa de Luciano Ribeiro Bueno alega que professor passava por problemas psicológicos; “interpretou equivocadamente as mensagens”, dizem advogadas
O professor Luciano Ribeiro Bueno, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), foi demitido por assédio sexual contra uma estudante, em 9 de agosto deste ano. Por meio de mensagens escritas, áudios, fotos e vídeos, ele perguntou o que a acadêmica queria para fazer sexo com ele.
Bueno era chefe-adjunto e professor do Departamento de Economia da UEPG quando enviou as mensagens à aluna, em julho de 2022. Em seguida, ela o denunciou. Dois dias depois, em 4 de agosto, a Reitoria da universidade autoriza a abertura do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) em virtude da denúncia. O professor foi afastado em 8 de agosto.
Em 9 de agosto de 2023, mais de um ano após a denúncia, o governo estadual publicou no diário Oficial a demissão de Luciano Ribeiro Bueno, quatro meses depois da Procuradoria do Paraná dar parecer positivo para a exoneração. Nesse período, seu vencimento acumulado foi de R$ 43.837,52.
As trocas de mensagens
Luciano enviou mensagens na madrugada do dia 21 de julho de 2022, às 02h12, para oferecer ajuda à estudante. Ele ofereceu a possibilidade da aluna refazer uma avaliação em que teve nota baixa e informou que ela poderia solicitar auxílio pelo WhatsApp, caso precisasse.
O que diz a defesa do professor?
A defesa de Luciano Ribeiro Bueno disse, em nota, que:
“A conduta narrada na denúncia ocorreu em momento extremamente delicado da sua vida particular, em decorrência de luto familiar no contexto da pandemia da Covid-19 e agravamento de doença crônica (Retocolite Ulcerativa Aguda), passando a desenvolver transtorno depressivo grave, bem como transtornos de adaptação decorrente de quadros de Estresse Pós-Traumático e Síndrome de Burnout, os quais vem tratando desde o ano de 2020.”
A nota da UEPG
A Universidade Estadual de Ponta Grossa informa que, a partir de denúncia, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o professor Luciano Ribeiro Bueno. Uma comissão composta por professores efetivos da UEPG realizou a apuração, de acordo com a Lei Estadual nº 20.656/2021. O professor foi afastado pelo departamento de lotação, a partir de 08 de agosto de 2022, ato que foi ratificado pela comissão. O processo tramitou regularmente, com decisão de demissão. Após recursos, a conclusão foi encaminhada ao Governo do Estado, que procedeu a exoneração, publicada no dia 09 de agosto de 2023 em Diário Oficial. Para a comunicação entre alunos e professores extra sala de aula, estão disponíveis dispositivos como e-mail institucional; ferramentas em plataformas online da educação a distância, como fóruns e chats, e Google Workspace. Desde 2019, a UEPG intensificou as ações para evitar que casos similares ocorram. Com a criação da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), entre outras atividades, mantém ativa a campanha “UEPG está de olho”, iniciativa que atua contra todas as formas de assédio e discriminação na instituição. A Prae recebe denúncias pelo (42) 3220 3237 (whatsapp) e [email protected].