Hérnia de disco afeta mais de 5,4 milhões de brasileiros
A hérnia de disco afeta cerca de 5,4 milhões de brasileiros, principalmente entre os 25 e 50 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O problema na coluna pode comprimir as terminações nervosas da medula espinhal, causando dor, fraqueza e formigamento nos membros.
Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Dr. Antônio Krieger, na maioria dos casos, a predisposição genética é responsável pelo enfraquecimento do disco, seguida pelo envelhecimento, sedentarismo, obesidade e também pelo tabagismo. Má postura e levantar pesos de forma incorreta também podem prejudicar a coluna, contribuindo para a formação de uma hérnia de disco. As áreas mais afetadas são a região lombar e cervical, pois carregam mais carga e são mais suscetíveis ao movimento.
“O disco é uma estrutura de cartilagem que funciona como amortecedor entre as vértebras da coluna. Quando o anel dele se rompe ou deforma e comprime as estruturas nervosas, nós temos uma hérnia de disco”, explica o cirurgião. “Essa compressão pode causar dor nas costas, no pescoço, dormência dos membros e em casos mais graves até mesmo a perda de sensibilidade ou déficit neurológico, sendo estes casos elegíveis para o tratamento cirúrgico”, complementa o especialista.
Tratamentos através da pele – Conhecidos como procedimentos percutâneos, essas técnicas são realizadas usando agulhas ou cânulas, colocadas em pontos específicos da coluna com o auxílio de radioscopia, sem cortes ou com cortes muito pequenos, de poucos milímetros. Essas técnicas podem ser utilizadas para tratar outras patologias que afetam a coluna além da hérnia de disco, como a artrose, desgaste dos discos e até alguns tipos de fratura.
“Os procedimentos percutâneos como a rizotomia, o bloqueio neural e a denervação facetária por radiofrequência permitem que realizemos procedimentos com anestesia local sem a utilização de cortes, sangramento ou implantes”, explica Krieger.
Cirurgia endoscópica da coluna – Quando o tratamento conservador falha, o paciente é orientado sobre as melhores opções cirúrgicas. Hoje,
segundo o especialista, é possível ter alta no mesmo dia do procedimento. A cirurgia endoscópica da coluna é reconhecida como “técnica padrão ouro” para o tratamento de hérnias de disco lombares. O procedimento é realizado por meio de vídeo com uso de instrumentos de alta precisão, possibilitando a remoção da cartilagem do disco herniado, o que descomprime e alivia a pressão no nervo.
“Atualmente é possível tratar a hérnia de disco por meio de cirurgia minimamente invasiva, realizada com pequeno corte e uso de câmera de vídeo, o que facilita a retirada da hérnia com o mínimo de agressão às estruturas do corpo. Isso permite que o paciente tenha alta e vá para a casa no mesmo dia do procedimento”, explica o cirurgião.
O uso do endoscópio associado a uma câmera é similar ao uso do equipamento em cirurgias abdominais e na artroscopia de joelho e ombro. O cirurgião acessa e remove a hérnia de disco com dano mínimo às estruturas da coluna e musculatura através de uma incisão de 0,5 cm, que é fechada com um ponto e recebe um pequeno curativo.
Quais são outras vantagens para os pacientes?
De acordo com o especialista, o objetivo do tratamento da hérnia de disco, seja conservador ou cirúrgico, é a qualidade de vida do paciente. Além da recuperação mais rápida, os pacientes são orientados a não descartar a prática de atividades físicas. Exercícios regulares previnem dores nas costas, uma vez que fortalecem o “escudo muscular” que estabiliza a coluna.