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Rangel estabelece plano de ações para período de crise política e econômica

19 de abril de 2016 - 19:56

Rangel se reuniu com secretários e determinou máxima responsabilidade na administração das pastas, com economia diária em todos os departamentos e trabalho conjunto dos funcionários

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O prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, se reuniu na manhã desta terça-feira (19) com representantes de todas as secretarias municipais. O encontro serviu para que fosse apresentado aos secretários um plano de ação para os próximos meses, avaliando os desdobramentos no cenário político-econômico nacional com a aprovação do prosseguimento no processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff.
Considerando, também, que este é um ano eleitoral, Rangel lançou um alerta aos secretários, lembrando que o momento é de aplicação de medidas de austeridade, responsabilidade e prudência, em virtude da crise econômica e política pela qual passa o País. Para o prefeito, a proximidade com as eleições de outubro estabelece um período de aproximadamente 120 dias, durante o qual os investimentos normalmente já são reduzidos, em virtude da legislação. O contexto nacional, com corte de investimentos e suspensão de repasses federais, tende a agravar a situação.
“Nós precisamos trabalhar em conjunto. Porque as cobranças irão aumentar agora, em todos os departamentos. E, como os recursos federais não estão chegando, a tendência é que os gastos públicos municipais aumentem, especialmente nas áreas de Saúde, Educação e Segurança Pública, nas quais a contrapartida federal é maior, sendo a Saúde a mais impactada, devido a atrasos em repasses para medicamentos, vacinas, agentes comunitários de saúde e Unidades Básicas”, mencionou Rangel, destacando que investimentos que já estavam previstos podem ser suspensos, ou cancelados, em decorrência dos fatos recentes.
O prefeito lembrou que já existe indicativo de que os recursos previstos para instalação dos campos de futebol society, por exemplo, podem não ser encaminhados ao Município. Da mesma forma, investimentos em pavimentação que vinham sendo pleiteados há meses, tendem a ser cancelados, reduzindo, possivelmente, a previsão de ruas com asfalto a serem entregues pela atual gestão municipal.
“Com a possibilidade de impeachment da presidente Dilma, nenhum ministro está tomando decisão sem considerar a opinião do vice Michel Temer, e nós precisamos deixar claro para a população que tudo isso está tendo reflexos nos estados e, principalmente, nos municípios. Por isso, é hora de reduzir ao máximo gastos com pessoal, buscar parcerias público-privadas e desenvolver soluções em conjunto para os problemas que devem surgir. Hoje nós temos a responsabilidade de administrar o município sem o apoio do Governo Federal”, falou Rangel para os secretários.

Secretaria de Cidadania e Segurança Pública
Na Guarda Municipal, dois projetos que estavam previstos e aprovados para realização em Ponta Grossa, podem não ser realizados em decorrência de ausência de recursos. Um deles previa a entrega de 20 novas câmeras de monitoramento para as ruas da cidade, que seriam integradas ao sistema da GM, em projeto da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. “Todo o projeto foi aprovado, todas as obrigações cumpridas de parte a parte, mas infelizmente os equipamentos não foram encaminhados”, conta o secretário municipal de Cidadania e Segurança Pública, Ary Lovato.
Um segundo projeto que seguiu todo o rito necessário, mas que não será realizado por falta de recursos, será o “Mulheres da Paz”. Previsto para ser realizado com recursos do Programa Segurança Pública com Cidadania, do Ministério da Justiça, o projeto capacitaria mulheres atuantes na comunidade para que se constituíssem como mediadoras sociais, combatendo as violências que compõem a realidade local e que envolvam jovens e mulheres. “Seriam R$ 400 mil para a preparação destas mulheres para que se tornassem multiplicadoras de conhecimentos em benefício da segurança pública na comunidade, com apoio financeiro, jurídico, entre outros. Fizemos um dos cinco melhores projetos do Brasil, mas já damos como perdido esse apoio”, aponta Lovato.

Secretaria de Saúde
Na área de Saúde, a reforma de pelo menos nove Unidades Básicas de Saúde pode ser comprometida devido ao corte de repasses federais. Mais de R$ 1 milhão, correspondendo a 80% do pagamento dessas obras, ainda não foi entregue. A construção de uma nova UBS e de mais um Centro de Apoio Psicossocial (CAPS AD III) também aguardam a liberação de R$ 900 mil para serem concluídas. A UBS do Jardim Jacarandá, apesar de ter as obras finalizadas, também ainda não foi totalmente quitada porque depende do pagamento da terceira parcela à empresa, verba federal que corresponde a R$ 100 mil. O atendimento na UPA 24H do Núcleo Santa Paula é mantido por meio do pagamento mensal com recursos municipais e federais, o qual também ficaria comprometido em caso de atrasos.

Redação Agora1
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