Agora1

Universidade Federal do Paraná desenvolve vacina contra covid-19

18 de maio de 2021 - 19:13
Imagem Adriane Rengel –

Uma nova vacina desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná, a UFPR, pode ser mais uma alternativa no combate a covid-19. A vacina está em fase pré-clínica, ainda de testes em animais.

A universidade assinou convênio com o Governo do Paraná que disponibilizou cerca de R$ 1 milhão para a conclusão desta fase da pesquisa.

O reitor da instituição, professor Ricardo Marcelo Fonseca, afirma que a vacina pode garantir uma soberania tecnológica ao país.

O imunizante não precisa de insumos importados, e pode ser produzido 100% no país. Também não precisa ser armazenado em baixas temperaturas, com os testes indicando que pode ser conservado em temperatura ambiente.

A perspectiva é que a vacina tenha o custo mais barato do mercado, de R$ 5,00 a R$ 10,00 a dose, e uma eficácia maior que o imunizante da Astrazeneca, produzido pela Fiocruz.

A vacina da UFPR é desenvolvida com uma tecnologia diferente das vacinas contra a covid disponíveis. Ela utiliza nanopartículas de um polímero biodegradável revestido com uma proteína do coronavírus que induz a criação de anti-corpos contra a covid 19.

Os pesquisadores ainda estudam a possibilidade de aplicação dessa vacina através de um spray nasal, o que facilitaria a imunização. A previsão é que, em seis meses, a Universidade Federal do Paraná solicite à Anvisa a aprovação de testes clínicos em humanos.

O projeto foi financiado inicialmente pelo CNPQ com R$ 230 mil para o início da pesquisa. Os cortes no orçamento para ciência e educação ainda preocupam os pesquisadores, que avaliam ser necessário cerca de 50 milhões de reais para a fase de testes em humanos.

A partir da próxima semana, um grupo de trabalho do Tribunal de Contas do Estado do Paraná vai avaliar a possiblidade de o órgão de controle externo apoiar financeiramente a Universidade Federal do Paraná no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 que utiliza tecnologia essencialmente paranaense.

A possibilidade da parceria foi debatida nesta sexta-feira (14 de maio), em reunião por videoconferência entre o presidente do TCE-PR, conselheiro Fabio Camargo, e o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca. “Pela seriedade do processo, a importância do momento e a economia que estamos fazendo na Casa, acredito que poderemos contribuir com essa iniciativa que beneficiaria toda a população paranaense”, declarou Camargo, após ouvir o relato do reitor.

A vacina da UFPR, que atualmente está na fase pré-clínica, de testes em animais, utiliza uma bactéria – chamada Escherichia coli – já estudada há 20 anos pela área de Ciências Biológicas da universidade. Essa tecnologia permitiu a fixação de nitrogênio, substituindo fertilizantes químicos no cultivo de grãos.

O imunizante que está sendo desenvolvido envolve a produção de partículas de um polímero biodegradável revestidas com partes da proteína spike, que é responsável pela entrada do coronavírus Sars-CoV-2 nas células. Essa proteína é produzida com o auxílio da bactéria Escherichia coli.

“É uma vacina de tecnologia simples, que usa insumos brasileiros, mais baratos e com excelentes resultados até aqui”, declarou o reitor da UFPR. Segundo ele, o custo por dose ficaria entre R$ 5,00 e R$ 10,00 – cerca de 10% do preço das demais vacinas atualmente utilizadas no Brasil, que se inicia em R$ 70,00 a dose.

Para que a iniciativa se concretize, a universidade precisa de parceiros, especialmente para custear as fases clínicas dos testes, em humanos, que são mais dispendiosas. Ainda neste ano, a UFPR deverá solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para os testes em humanos.

“Nesse contexto trágico da pandemia, em que a universidade faz o possível para salvar vidas, produzindo uma vacina, termos a solidariedade, a articulação e a parceria de entidades importantes, públicas e privadas, é estratégico”, afirmou Fonseca. “A disponibilidade do Tribunal de Contas do Estado em caminhar junto conosco é motivo de muita alegria para a Universidade Federal do Paraná.”

Ao se declarar sensibilizado pelo trabalho da universidade, o presidente do TCE-PR declarou: “Esta Casa pode colaborar com a sociedade neste momento de dificuldades, pela condição financeira saudável, obtida em 90 dias de absoluta economia”.

Participaram da reunião o diretor-geral do TCE-PR, Evandro Arruda; o coordenador-geral de Fiscalização, Rafael Ayres; o diretor de Gabinete da Presidência, Karlos Kohlbach; o diretor financeiro, Edemilson Pego; o diretor jurídico, Gustavo Von Bahten; e o assessor especial da Presidência, Lúcio Batalha. Servidores da UFPR também participaram do encontro virtual.

Redação Agora1
Redação Agora1
Equipe de redação do Portal Agora1. Gostaria de nos informar algo? Entre em contato! Clique aqui e nos envie um e-mail agora mesmo.