Beto Preto prevê que até maio 4 milhões de paranaenses estejam vacinados.
Durante a prestação de contas quadrimestral obrigatória da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) na Assembleia Legislativa do Paraná, na manhã desta terça-feira (9), o secretário da pasta, Beto Preto, foi enfático: o Paraná atravessa o momento mais crítico da pandemia da Covid-19 desde o início dela, em 2020.
“Cerca de 30% dos óbitos dos paranaenses por Covid aconteceram neste ano e a aceleração tem relação com a chegada da nova cepa”, alertou, sobre a presença da variante amazônica do Coronavírus no Paraná, a P.1. “Esta cepa é mais contagiosa, mais rápida e faz a evolução da doença acontecer de forma mais objetiva, o que faz com que as pessoas possam se curar mais rápido, mas também piorar rápido”, explicou o secretário.
Ele frisou também que o tempo médio de permanecia dos pacientes em leitos hospitalares no Paraná elevou-se em 11%. “Uma pessoa ficava 12 dias internada, agora fica em média 14 dias”, afirmou o secretário. Segundo o diretor de gestão em saúde da SESA, Vinícius Filipak, houve em um ano um aumento de 85% nas internações de UTI além de 58% no número absoluto de pacientes internados. “É um período complicadíssimo”, salientou.
A audiência pública, comandada pelo presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Doutor Batista (DEM), contou com a presença do presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB). “O Poder Legislativo dará todo o apoio necessário para cada medida que deva ser tomada. Temos um olhar sobre todos os aspectos da crise, mas o governante deve ter liderança para tomar as decisões que ache necessárias, o que tem sido feito pelo governador e pelo secretário”, afirmou Traiano.
“A cada momento é um fato novo que surge, a responsabilidade pesa sobre os ombros do secretario e sua equipe, que tem feito todo o possível para minimizar os impactos da doença sobre nossa população. O momento é crítico nesta semana e na semana que vem. Temos que ter consciência da responsabilidade que pesa sobre nós. Cada um tem uma opinião e é importante esta conversa e troca de informações”, disse o presidente do Legislativo.
Segundo o primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), o momento é desafiador. “Fizemos um esforço desde o ano passado para o repasse de recursos à área da Saúde e ao mesmo tempo um repasse de R$ 100 milhões para que o Estado faça sua aquisição assim que ela estiver disponível”, explicou, destacando também os R$ 37,7 milhões do Fundo de Modernização da Assembleia Legislativa destinados ao combate da Covid-19, que foram aplicados na contratação de leitos de enfermaria e UTI e na compra de equipamento de proteção individual para os profissionais da saúde.
Vacinas – Sobre o ritmo de vacinação no estado, o secretário Beto Preto explicou que o Governo do Estado tem cobrado a Coordenação-geral de Imunizações do Ministério da Saúde para receber as vacinas, ou comprá-las, assim que for possível. “A nova fábrica da Fiocruz vai passar a produzir 700 mil doses diárias da vacina AstraZeneca Oxford. A governabilidade disso não está em nossas mãos, mas eu confio na condução tanto da Fiocruz quanto do Instituto Butantan”, afirmou o secretário.
“O que não pode acontecer foi o que aconteceu em março”, falou, sobre a redução do número de doses anunciada pelo Ministério da Saúde, de 37 milhões para 23 milhões de doses para o Brasil todo. Ainda de acordo com ele, a programação é que até o final do mês de maio estejam vacinados no Paraná (que tem população equivalente a 5% dos brasileiros) 4 milhões de pessoas, entre os com mais de 60 anos de idade, com comorbidades e doenças crônicas, ente outras categorias.
“Quero fazer um compromisso de que qualquer novidade de compra ou de novas cargas que cheguem ao Paraná terão todos os dados disponibilizados pela Secretaria da Saúde à Assembleia Legislativa, nossa parceira, e aos 54 deputados preocupados com este processo em suas regiões e bases de atuação parlamentar”, garantiu o secretário Beto Preto.
O secretário informou ainda que 1.300 novos leitos hospitalares foram abertos no estado em conjunto com a rede hospitalar paranaense, seja do Estado, filantrópica ou privada. “Nos últimos 15 dias, montamos o equivalente a dois hospitais de campanha completos, porém dentro dos hospitais já existentes”, frisou.
da assessoria