Lula diz que vai tirar o “Brasil da lama” se for presidente novamente
Ao participar de seu primeiro ato público do ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lulada Silva disse que todos aqueles que queiram ser candidato à Presidência da República devem ter esse direito. Durante o 29.° Encontro Estadual do Movimento dos Sem Terra (MST), em Salvador, Lula voltou a afirmar que poderá disputar novamente o Palácio do Planalto.
“Se o (presidente Michel) Temer quer ser, ótimo, se o (ministro José) Serra quer ser, ótimo, se o (juiz Sérgio) Moro quer ser, ótimo, se os delegados (da Polícia Federal) querem ser… todo mudo que quer ser candidato tem direito, entre num partido e vá para as ruas”, afirmou.
No evento, o petista acusou Moro de ter influência no impeachment de Dilma Rousseff.
Bonés vermelhos. As agendas do ex-presidente com movimentos populares ontem e hoje – quando participa de ato com trabalhadores da educação, em Brasília – fazem parte da estratégia de criar uma frente de apoio antes de o petista anunciar oficialmente que será candidato. Além disso, Lula prepara um programa econômico para se contrapor ao de Temer.
“Se preparem, porque se necessário eu serei candidato à Presidência. Se eu for candidato, é para a gente ganhar as eleições desse país”, disse o ex-presidente, de boné vermelho do MST. Na plateia, cerca de dois mil agricultores usavam bonés com a inscrição “Estamos com Lula”.
Mais cedo, no mesmo evento, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido ainda não tomou a decisão sobre uma eventual candidatura do ex-presidente, mas que ele é “aspiração nacional”.
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Durante o discurso, Lula era interrompido pelo público com o grito “Brasil pra frente, Lula presidente”. O ex-presidente disse ainda que durante este ano vai andar pelo País para recuperar a imagem do PT e sua própria imagem. Ele voltou a afirmar que a legenda está sendo criminalizada pela mídia e pela Justiça.
Estado. O ex-presidente fez um discurso defendendo que o País volte a crescer através de investimentos do governo. “O único jeito desse país voltar a crescer é o Estado investir, pode mexer no compulsório, pode aumentar a dívida. A melhor forma de diminui a dívida com proporção do PIB, é fazer o PIB crescer”, afirmou.
Lula disse também que o Brasil precisa fazer a reforma agrária e voltar a usar os bancos públicos para financiar a agricultura familiar, os pequenos empresários e os consumidores.
De acordo com líder máximo do MST, João Pedro Stédile, o movimento “não precisa fazer um evento para lançar Lula presidente do Brasil”. Para Stédile, ele é “o candidato permanente do povo pobre brasileiro”.
Hoje o ex-presidente participa na capital federal do congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).